Revoluções pré revolução mundial
Talvez as revoluções do século XX tomem uma forma diferente da revolução proletária que Marx tinha em mente
REVOLUÇÃO BRASILEIRA
Alexandre Flach
12/23/20242 min read
Talvez as revoluções do séc XX sejam de um tipo diferente da revolução proletária que Marx tinha em mente
De outro lado, também abandonaram qualquer concepção apoiada na ideia da onipotência da vontade humana: é visível no texto de 1848, sobretudo no seu primeiro capítulo, que o movimento operário e a sua fração revolucionária atuam a partir do desenvolvimento objetivo do modo de produção capitalista (o nível alcançado pelas forças produtivas, a constituição do mercado mundial etc. nos marcos da propriedade privada burguesa[138](#)). A vontade revolucionária se constitui nos marcos e limites reais postos pelas condições vigentes na sociedade capitalista (seus coveiros são também produto da burguesia [20](#)); mas a vontade organizada dos trabalhadores, conhecendo aqueles marcos e limites, pode conceber um factível projeto de transformação social radical e estrutural.
Os homens fazem a sua própria história; contudo, não a fazem de livre e espontânea vontade, pois não são eles quem escolhem as circunstâncias sob as quais ela é feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se encontram. (Marx, 2011b, p. 25)
JOSÉ PAULO NETO - MARX UMA BIOGRAFIA
Isto dá a ideia de uma luta mundial de classes nascida do enfraquecimento do capitalismo que já não seria capaz nem mesmo de manter a ordem por meios ideológicos ou de “agitação e propaganda” contrarrevolucionárias. Nestas condições históricas, o trabalhador de um país reconhecerá o trabalhador de outro país como companheiro de luta, independente das fronteiras nacionais.
Caminhando nestes termos algumas considerações:
1) É possível que parcelas da chamada extrema-direita acabem aderindo a movimentos revolucionários;
2) Esta revolução não tem a aparência semelhante às revoluções do tipo leninistas do séc. XX, nem para a esquerda atual nem para os trabalhadores; É possível que os trabalhadores não a chamem de comunista ou socialista, mas por outros nomes, apesar de concretamente serem a revolução concebida por Marx e Lênin;
3) Por isso, a esquerda atual não está preparada nem para reconhecê-la muito menos para liderá-la.
4) Ainda assim é imprescindível que exista uma força política suficientemente madura e estruturada, com legitimidade e conhecimento teórico suficiente para compreender e dar rumo político a esta insurreição mundial.
5) Não é inviável considerar que a burguesia esteja vendo nestes movimentos de extrema-direita riscos de desenvolvimento revolucionário e, por isso, tentem mais do que nunca segurar estes movimentos, pois temem não conseguirem controlar por muito tempo.
6) O enfraquecimento do imperialismo (e do capitalismo ocidental) promovido pela China, tanto no campo econômico, como político e até ideológico, já é contribuição suficiente para o movimento revolucionário mundial.